Sob bombas, prisões e ameaças, periferia luta contra as catracas! Informe do ato no Grajaú

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Na tarde de quarta-feira (23/10), centenas de pessoas se reuniram na avenida Belmira Marin, na altura da EE Carlos Ayres, em um protesto por um transporte digno e gratuito no extremo sul de São Paulo, exigindo a volta das linhas de ônibus bairro-centro cortadas nos últimos anos, a criação de uma linha circular entre os bairros e a extensão da Linha Esmeralda da CPTM até o Varginha e Parelheiros.

Fruto de um processo longo de construção, com intervenções e terminais, debates nas escolas e quebradas, o ato contou com a presença de vários movimentos da região, jovens das escolas, moradores das ocupações, grupos de teatro, usuários que aderiram no caminho. Ao longo da manifestação, aconteceram intervenções artísticas e uma queima de catraca ao som do grito “queima catraca Grajaú!”. Próximo ao Terminal Grajaú, um grupo de dezenas de pessoas, dentre eles funcionários da administração da SPTrans na zona sul, tentaram impedir que o ato ocupasse a via, ameaçando e agredindo os manifestantes. O ato, porém, resistiu e persistiu, seguindo em direção ao Passa-Rápido Rio Bonito, onde chegou um grupo de 200 moradores da Ocupação Anchieta para somar na luta.

Em assembleia, decidiu-se por seguir em direção ao Socorro. Na avenida Atlântica, a Polícia Militar atacou violentamente a manifestação. Primeiro, um carro preto paisana com sirene ligada tentou atropelar os manifestantes, que conseguiram rechaçar a agressão. Em seguida, se apagou as luzes da avenida e, no breu, a PM lançou bombas de gás lacrimogêneo, bombas de estilhaço e balas de borracha contra a população, ferindo vários.Uma militante que estava fotografando o ato foi atingida e teve o nariz fraturado – por pouco, não atingiu o olho (o que poderia ter cegado a companheira, como tem acontecido com vários militantes e jornalistas pelo país). Um grupo de 30 pessoas foi perseguido, encurralado por viaturas da Força Tática, e preso. Quando um advogado do movimento tentou intervir, os policiais tentaram prende-lo também. Os 30 detidos – dentre eles, militantes do MPL e de outros movimentos locais e 7 menores de idade – foram escutados e liberados às 7h da manhã desta quinta-feira (24/10).

A luta segue. A população do extremo sul seguirá se organizando, até conseguir de volta as linhas de ônibus que foram – e continuam sendo – cortadas para maximizar o lucro dos empresários e complicar o dia-a-dia do usuário, até o trem chegar em Parelheiros, até conseguirmos um transporte digno, gratuito e de qualidade.

20 centavos foi só o começo: agora é o povo quem vai mandar no transporte!

Abaixo o terrorismo do Estado e a criminalização dos lutadores!

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Militante ferida pela bala de borracha:

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4 Replies to “Sob bombas, prisões e ameaças, periferia luta contra as catracas! Informe do ato no Grajaú”

  1. Pingback: NÃO À CRIMINALIZAÇÃO DOS QUE SE MOVIMENTAM! – “Pra Revolução, queime um busão”: A desesperada tentativa de criminalização e perseguição dos que se indignam e lutam! |

  2. Pingback: A volta da bala de borracha (e da covardia): ativista que estava fotografando toma tiro no rosto e quebra o nariz - DAR - Desentorpecendo A Razão : DAR – Desentorpecendo A Razão

  3. Parabéns aos companheiros que lutam pela ampliação dos espaços democráticos. Vamos lutar pela desmilitarização das PMs e golpear de vez os fascistas fardados