Uma série de falhas ocorreu na última semana na CPTM: problemas na energia, alagamentos nas vias, descarrilamento e até mesmo incêndio em uma composição vazia. Em alguns desses casos, usuários ficaram presos dentro dos trens por quase uma hora, quando tiveram que descer e completar o trecho à pé. Muitos reclamaram da falta de auxilio e de comunicação por parte da CPTM, que não disponibilizou escadas para descerem e não informava sobre porque os trens estavam paralisados. O imenso número de falhas em uma só semana mostra que esses não são casos pontuais e isolados, mas uma realidade recorrente que assombra o dia-a-dia de quem viaja na CPTM, que registra anualmente centenas de panes, falhas e acidentes.
Não bastasse a humilhação coletiva à qual nós – passageiros e trabalhadores do transporte – somos submetidos diariamente, tratados como sardinha em lata, temos ainda nossas vidas colocadas em risco pelo sucateamento dos trens. O sistema ferroviário de São Paulo está à beira de um colapso.
E enquanto nossos trens descarrilam, o lucro de quem manda e ganha com o transporte segue nos trilhos, intocado – apesar das denúncias dos desvios milionários de dinheiro público pelos cartéis metroferroviários e o governo estadual…
Frente à tanta humilhação, são justas as revoltas de usuários – que se espalham e aumentam a cada pane, a cada descarrilamento -, pois a única forma de alterar tudo isso é com a luta e organização coletiva!
Na manhã e tarde de segunda-feira (20/01) na linha 12 Safira, aconteceu a primeira falha, que a CPTM diz ter sido por problemas no sistema de energia [leia aqui].
Na terça-feira (21/01), a página Diário da CPTM informou problemas na linha 7 Rubi: “Devido a falha em equipamento de via, os trens da linha 7 estão circulando com velocidade reduzida, maior tempo de parada e maior intervalo entre as composições.
No mesmo dia, usuários da linha 11 Coral, relataram problemas para conseguir entrar na Estação Poá, onde uma das entradas foi interditada para serviços de modernização segundo informa o jornal DAT: “o metalúrgico Roberto Gomes, de 64 anos, declarou ter se surpreendido. “Eu não concordo com essa situação. Acho que falta informação, porque eu mesmo nem sei como faço para embarcar no trem”, disse.” [leia aqui].
Na manhã da quarta-feira (22/01), houveram falhas na linha 10 Turquesa: segundo informações oficiais, pelo menos uma composição não prestou serviço, porém os usuários relatam que foram várias. Fotos mostram multidões esperando embarcar na estação Santo André. Passageiros relataram que o tempo para completar um trecho de 25 minutos foi de quase 2 horas. O problema foi parcialmente resolvido no final da manhã, mas voltou a ocorrer no meio da tarde quando uma composição em Mauá PEGOU FOGO, mas que por sorte estava vazia. [leia aqui]
Ainda na quarta-feira, houve lentidão na linha 11 Coral por motivo de falha em uma composição, segundo relata a página. No final do dia, na linha 12 Safira houve problema na circulação devido a um protesto na região da USP-Leste, segundo a página Diário da CPTM. [leia mais]
A manhã de quinta-feira (23/01) começou sem problemas, mas logo a circulação na linha 11 e 12 foi interrompida devido à alagamento, onde os usuarios ficaram parados dentro de composições por mais de 1 hora, quando finalmente abriram as portas e desceram na via. Na linha 12, um dos maquinistas saiu do trem antes de todos, sem deixar aviso algum. A operação na linha 12 foi suspensa e as estações fechadas. Houve revolta dos usuários que esperavam nas plataformas e que desceram nas vias, bancos de alguns trens foram quebrados. Usuários na via tacavam pedras em uma composição que estava com inicio de incêndio. [leia aqui]
Vídeo de usuario no momento de uma das revoltas:
Sexta-feira (24/01) começou com algumas falhas na energia, onde usuarios da linha 7 Rubi relataram falta de luz dentro das composições, onde tiveram que viajar no escuro. À Tarde, houveram novas paralisações devido à alagamentos, com todas as estações sendo fechadas na linha 12 Safira. Houve pontos de alagamento na linha 8 Diamante, entre as estações Lapa e Barra Funda, tendo a paralisação desse trecho. Os trens da linha 7 Rubi circularam com velocidade reduzida devido à chuva. Os intervalos também aumentaram na linha 9 Esmeralda, por motivo de falha em uma das composições, também houve queda de um muro na Estação Jd. Helena. Usuários se revoltaram, fizeram barricadas e atearam fogo na linha 12 Safira, em Itaquaquecetuba. Noticia e vídeo: [leia aqui]
No domingo (26/10), as linhas 7, 9 e 12 entraram em processo de manutenção, com intervalos maiores e alguns trechos cortados. Pela tarde, um trem descarrilou em Pirituba, mas felizmente não houve feridos.
Enquanto o poder e os lucros dos cartéis e governantes seguem nos trilhos, nossos trens descarrilam…
Chega de sufoco e humilhação coletiva! Solidariedade à revolta popular dos passageiros!