Vídeo – Aula pública Contra a Tarifa

Esteve presente na aula Lúcio Gregori, engenheiro que foi Secretário de Transportes de São Paulo no início dos anos 1990 e trabalhou, na época, na elaboração de um projeto de Tarifa Zero e municipalização dos ônibus da capital. A Tarifa Zero se mostrou perfeitamente viável do ponto de vista técnico e econômico, mas não foi implementada por falta de vontade político. Também falaram na mesa militantes do Movimento Passe Livre e da Luta do Transporte no Extremo Sul, retomando que o projeto de gratuidade nos transportes para estudantes de baixa renda e escolas públicas anunciado por Haddad é uma resposta a anos de luta da população, mas apontando sua insuficiência e criticando o aumento da tarifa. O transporte só será público de verdade quando não houver catracas para ninguém. R$ 3 é roubo, R$ 3,50 também. E só com a população trabalhadora tomando as ruas, se organizando para a luta em cada bairro da cidade, poderemos derrubar a tarifa e seus aumentos. Sexta-feira, 09/01, às 17h, acontece o 1º Grande Ato Contra a Tarifa: https://www.facebook.com/events/333242993533459 TARIFA ZERO QUANDO? TARIFA ZERO JÁ!   Foto: Passa Palavra

A mudança vem de baixo

Artigo do MPL-SP publicado originalmente no jornal O Estado de S. Paulo (29/09/14) Os protestos que tomaram as ruas de todo o País em junho de 2013 não se voltaram contra este ou aquele governo, muito menos clamaram por um novo representante. Ao forçar a revogação do aumento da tarifa, a população recusou uma decisão tomada em seu nome e agiu diretamente sobre sua própria vida. Interrompendo o trânsito, abriu um caminho explosivo: interveio diretamente na política, sem submeter-se a intermédios. Não surpreende que, hoje, nenhuma das principais candidaturas apresente resposta ao problema do transporte coletivo. Não surpreende que não apareçam sequer propostas no sentido de uma redução das tarifas ou da tarifa zero. É algo que não se pode esperar daqueles que estão inevitavelmente comprometidos com a conversão de toda a vida em mercadoria. E que precisam, para isso, que cada um se torne um espectador do jogo político, delegando a eles sua voz e seu poder de decisão. Como mostraram as manifestações do ano passado, as transformações não vêm de cima, mas de baixo, dos que sofrem dia após dia em ônibus e vagões abarrotados, para ir e vir em uma cidade voltada para o lucro. Desde junho Continue lendo A mudança vem de baixo

“O movimento pelo transporte gratuito no Brasil”, por Michel Löwy

O movimento pelo transporte gratuito no Brasil Michael Löwy traduzido por Caipora, militante do MPL-Rio. A luta do Movimento Passe Livre (MPL) – movimento pelo transporte público gratuito – contra o aumento dos preços das passagens foi a que desencadeou a ampla e impressionante mobilização popular no Brasil no último mês de junho, que levou às ruas centenas de milhares, quando não milhões, de pessoas nas principais cidades do país. O MPL foi uma pequena faísca libertária que provocou o incêndio. Quais lições podem ser tiradas desta experiência e qual é o alcance social, ecológico e político da luta pelo transporte gratuito? O MPL foi fundado em janeiro de 2005, por ocasião do Fórum Social Mundial de Porto Alegre, como uma rede federativa de coletivos locais. Estes coletivos já existiam há vários anos e levaram a cabo importantes lutas como a de Salvador (BA) em 2003, contra o aumento das passagens de ônibus. A carta de princípios do MPL (revisada e completa em 2007 e 2013) o define como um “movimento horizontal, autônomo, independente e apartidário, mas não antipartidário”. A horizontalidade é, sem dúvida, a expressão de um projeto libertário que desconfia das estruturas e instituições “verticais” e “centralizadas”. A Continue lendo “O movimento pelo transporte gratuito no Brasil”, por Michel Löwy

“A revisão do Plano Diretor, participação popular e a proposta de mobilidade”

As mobilizações indicaram que o caminho para se obter tranformações é a ação direta. O camarada Ivan publicou no Passa Palavra, este artigo que analisa as contradições da participação no Plano Diretor Recentemente muitos movimentos sociais participaram (e continuam participando) ativamente no processo de revisão do Plano Diretor da cidade de São Paulo. Apesar da abertura que vem sendo dada aos movimentos para opinarem qual deve ser a proposta da Prefeitura, cabe um questionamento sobre a efetividade e importância desta participação. A participação da sociedade civil é apenas consultiva. A Prefeitura realizou dezenas de audiências (e agora começaram as audiências realizadas pela Câmara dos vereadores) com diversos grupos diferentes, separados tanto por temas quanto por regiões geográficas da cidade. Além das audiências, o site da Prefeitura esteve aberto a sugestões da população. Ora, isto gerou uma quantidade enorme de propostas, muitas das quais contraditórias, para que a Prefeitura, com seus técnicos “neutros”, pudesse escolher as mais interessantes e viáveis. Nesse processo, apesar de um esforço enorme ter sido despendido, muitas das reivindicações dos movimentos sociais se perderam na abundância de sugestões difusas da população. Com isso a Prefeitura tenta respaldar e angariar apoio para o seu projeto de lei enviado Continue lendo “A revisão do Plano Diretor, participação popular e a proposta de mobilidade”