Luta contra o aumento de 2011

JORNADA DE LUTA CONTRA AUMENTO

janeiro

05/01: Tarifa de ônibus em São Paulo aumenta para R$ 3,00, atingindo o posto de mais cara do Brasil. No mesmo dia, o MPL-SP organiza uma oficina de faixas e realiza uma panfletagem com catracaços no Terminal Pq. D. Pedro. Ainda em 2010, o MPL havia organizado duas manifestações contra o aumento que estava por vir. A primeira, em novembro, aconteceu no Largo da Batata, com estudantes das escolas da região. A segunda, em dezembro, reuniu cerca de 300 pessoas na Consolação. Um terceiro ato foi organizado por punks no Centro e foi violentamente reprimido pela PM.

13/01: 1º ato contra o aumento reuniu cerca de 2 mil pessoas em frente ao Teatro Municipal. Caminhávamos em direção à Câmara Municipal, mas no meio do trajeto fomos duramente reprimidos pela PM, que dispersou a passeata à tiros balas de borracha e bombas de estilhaço. Manifestantes se reagruparam em lugares próximos, mas PM empreende uma perseguição aos grupos remanescentes, atacando-os ainda mais violentamente. 11 pessoas foram detidas e mais de 30 ficaram feridas. Um vídeo gravado pelo cartunista Lattuff denunciando a violência policial ganhou destaque na internet.

[cartaz | convocatória MPL | panfletos: 1 | 2] [fotos: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16] [vídeo Lattuff | reportagem Arsenal | mais vídeos:  ] [notícias: “Ëstudantes reclamam do preço da tarifa de ônibus e apanham em SP” | “Protesto contra o aumento da tarifa de ônibus é reprimido em São Paulo” | “Manifestação pacífica contra o aumento da tarifa em São Paulo termina com violenta repressão policial” | “Ato contra o aumento da tarifa é reprimido” | “PM reprime protestos com violência” | “Polícia Militar reprime manifestantes em ato contra o aumento da passagem” | “PM reprime ato contra o aumento das tarifas em SP” | entrevista com militante do MPL-SP: “Estudante denuncia: ‘A perseguição da PM no centro da cidade começou após a dispersão’” | mais notícias: 1 | 2 | 3 ]

15/01: MPL realiza atividade aberta no espaço Ay Carmela para discutir o sistema de transporte, para além dos aumentos na tarifa.

20/01: Desta vez na av. Paulista, o 2º ato reuniu 3500 pessoas (segundo informação da própria PM). A repressão não nos calara: “não há bala de borracha que possa parar o movimento“, afirmou uma militante em entrevista à imprensa.

[cartaz] [vídeos: 1 | 2 | reportagem Arsenal] [notícias: “Mais de 3 mil protestam contra o preço do ônibus em São Paulo” | “Mais de 3 mil protestam contra o aumento da tarifa em SP; PT quer planilha de custos” | “Contra o aumento da tarifa: 4 mil saem às ruas de São Paulo” | “4 mil fecham a Paulista contra aumento na tarifa” | entrevista com militante do MPL-SP: “Aumento da tarifa em SP: ‘Só com pressão popular Kassab vai dialogar conosco’” | mais notícias: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 ]

25/01: No aniversário da cidade, estendemos uma faixa contra o aumento no Viaduto do Chá durante o show no Anhangabaú. Em seguida, escrachamos o Kassab durante a inauguração da Biblioteca Mário de Andrade. Um segurança à paisana agrediu brutalmente um manifestante que estava no local aderiu à intervenção.

[vídeos: 1 ] [notícias: “457 anos de festa? De luta!” | ‘’Ativistas prometem terceira manifestação contra o aumento de ônibus para esta quinta” | mais notícias: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 ]

27/01: De volta ao centro, o 3º ato percorreu o trajeto que a PM havia impedido no dia 13. Mais de 4 mil pessoas encerraram a passeata em frente à Câmara Municipal. Argumentando que o aumento havia acontecido durante o recesso do legislativo, portanto sem consulta, exigimos uma posição da casa. Pressionamos o presidente da Câmara, José Police Neto (PSDB) e outros vereadores a assinarem um documento se comprometendo em, na primeira sessão do ano, convocar uma audiência pública sobre o aumento com o Secretário de Transportes.

[fotos: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 ] [vídeos: reportagem Arsenal | 1 | 2 | jogral final] [notícias: “4 mil manifestantes tomam mais uma vez as ruas da cidade de São Paulo” | “E foi maior!” | “Manifestação contra o aumento reúne 4 mil em SP” | “Cresce em todo país movimento contra o aumento” | mais notícias: 1 | 2 ]

28/01: A Bicicletada, que acontece todas as últimas sextas-feiras do mês na Paulista, teve uma edição temática “contra o aumento”. [convocatória]

fevereiro

02/02: Após intervenção de 200 manifestantes no plenário durante a primeira sessão do ano na Câmara dos vereadores, conquistamos uma Audiência Pública para o dia 12/02.

[leia a carta apresentada pelo MPL] [notícia: “Aumento da tarifa será discutido na câmara” | mais notícias: 1 | reportagem Arsenal ]

03/02: 4º ato contra o aumento. Com 3 mil pessoas, a manifestação partiu do Masp e terminou em frente à Prefeitura, onde divulgamos a audiência pública conquistada na tarde anterior.

[notícias: “Quarto ato contra o aumento na tarifa reúne 3 mil, segundo movimento” | mais notícias: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 ] [vídeo: 1]

10/02: 5º ato, com 3 mil pessoas, invade o Term. Parque D. Pedro – o maior terminal de ônibus de São Paulo – e retorna para a frente da Prefeitura. Atravessar no D. Pedro em marcha sem ser reprimido mostrou que o movimento estava forte: desde 2004, todas as manifestações que ocuparam o terminal haviam sido violentamente reprimidas pela PM.

[notícias: “Vencemos um mito!” | “Movimento Passe Livre promove nova manifestação contra aumento da tarifa do ônibus em SP” | mais notícias: 1 | 2 | 3 | 4 ] [vídeo: 1]

12/02: Audiência Pública, com o plenário lotado e um grupo de 800 pessoas acompanhando a transmissão do lado externo. Após denúncias de fraudes nas planilhas do aumento, o Secretário de Transportes Marcelo Branco desconversou e fez uma fala pouco convincente: “por trecho, a tarifa em São Paulo é uma das mais baratas do país“. Sem abertura de negociação, ocupamos o plenário e fizemos um jogral. De repente, a transmissão na TV Câmara é interrompida e o Secretário foge escoltado pela Guarda Civil. Do lado de fora, manifestantes bloqueiam a saída das garagens, impedindo que Marcelo Branco fosse embora até o agendamento de uma reunião de negociação entre o movimento e o executivo – que ficou marcada para o dia 17/02.

[notícias: “Em SP, ativistas garantem reunião para negociar a tarifa de ônibus” | reportagem Arsenal | vídeos: 1 | 2 | 3 ]

17/02: Na manhã, poder executivo e secretaria de transportes não comparecem na reunião marcada com o movimento na audiência pública. Em resposta, 7 militantes se acorrentam nas catracas da Prefeitura, dizendo que só sairão após a abertura de negociação direta com o Prefeitio. Com o saguão ocupado pelos manifestantes, o prédio tem sua entrada principal bloqueada pela polícia. À tarde, um ato em apoio aos acorrentados começa a se concentrar do lado de fora.

[vídeos do acorrentamento: 1 | 2 | 3 ] [notícias: “Militantes contra o aumento da tarifa estão acorrentados dentro do saguão da Prefeitura de SP” | “Secretário adjunto de Transportes diz que aumento da tarifa foi ‘decisão política’” | “Por revisão do aumento da tarifa, ativistas acorrentam-se à Prefeitura de São Paulo” ]

À tarde, reunidos em manifestação em frente da Prefeitura, queimamos uma catraca e exigimos abertura de diálogo com o executivo. A fim de dispersar a concentração, a PM dá início a uma brutal repressão. Um grupo de PMs e Guardas Civis espancam e prendem um manifestante, que é levado ao hospital com vários ossos quebrados. A polícia lança bombas de estilhaço, gás lacrimogênio e balas de borrachas, ferindo muitos outros. A maior parte dos manifestantes foge pelo viaduto, mas se reagrupa na República e retorna em passeata à Prefeitura, se juntando a um grupo remanescente. Lá, permanecemos em vigília. À noite, em assembleia, decide-se pela saída dos acorrentados.

[vídeos: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | reportagem Arsenal] [notícias: “Sob bombas, balas de borracha e gás lacrimogênio, nós estamos resistindo!” | “Vereadores são agredidos; acorrentados deixam a Prefeitura de São Paulo” | “PM reprime protesto contra o aumento das tarifas” | “Äção da polícia foi absurda, arbitrária e covarde’, diz vereadora agredida em SP” | mais notícias: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | “Ferido em protesto contra tarifa de ônibus passa por cirurgia” ]

18/02: Ato no Grajaú, convocado por associações da região. Cerca de 30 pessoas caminharam e panfletaram pela Belmira Marin. [convocatória | notícia]

24/02: De volta às ruas, o movimento recebe apoio de muitos outros grupos, em repúdio à violência policial ocorrida na manifestação anterior. 7º grande ato contra o aumento reúne mais de 5 mil pessoas no Centro. Concentração tem início em frente ao Teatro Municipal, atravessa o Term. Pq. D. Pedro, onde são realizados catracaços, e retorna à Prefeitura. No dia, intelectuais e artistas lançaram um manifesto em apoio ao movimento.

[fotos: 1] [notícias: “Sétimo ato contra aumento das passagens enche as ruas e amanhã será maior” | “Ato reúne 6 mil contra o aumento do ônibus no Centro de São Paulo” | “Pela sétima vez, movimento vai às ruas protestar contra o aumento da passagem” | “Prefeitura de SP ‘inflaciona’ diesel para justificar aumento na tarifa de ônibus” | mais notícias: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 ]

março

03/03: 8º grande ato. Concentração tem início na av. Paulista e termina em frente à Prefeitura.

[notícias: “Manifestantes contra o aumento da tarifa chamam atenção na av. Paulista” | mais notícias: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 ]

04/03: População do M’Boi Mirim se mobiliza e bloqueia a estrada das seis da manhã até o meio-dia. [relato | filme]

08/03: Em viagem oficial na França, Kassab é surpreendido por manifestantes com faixas dizendo “Kassab, o mundo inteiro sabe. Nós também estamos aqui. MPL“.

[notícia: “Na França, Kassab é surpreendido por protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em SP” | “Não adiantou fugir. Kassab enfrenta protestos até em Paris” ]

10/03: Durante o carnaval, o MPL convoca uma visita à casa do Kassab, para tentar falar diretamente com ele. Afinal, em São Paulo o prefeito tem poder total sobre a decisão do valor da tarifa. O ato tem início em frente ao Shopping Iguatemi. Chegando ao prédio do Kassab, um boneco do prefeito é queimado. Feito isso, os manifestantes seguem em passeata, bloqueando quase inteiramente uma das mãos da Faria Lima e encerrando o ato nas plataformas de ônibus da Rebouças, onde são realizados catracaços.

[fotos 1 | filmes: 1 | filme UOL | reportagem Arsenal] [notícias: “Kassab não recebe manifestantes e acaba queimado com querosene” | mais notícias: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 ]

17/03: 9º grande ato. Concentração é animada pela bateria da Unidos da Lona Preta, escola de samba do MST (da qual o MPL participa). Em frente a prefeitura, manifestantes exigem resposta sobre a abertura da negociação. Sem diálogo, a passeata segue, invadindo o Term. Bandeira e bloqueando inteiramente a 9 de Julho. O ato se encerra em frente ao metrô Anhangabaú, onde manifestantes tentam pular as catracas e são reprimidos por seguranças do metrô. PM lança bombas de efeito moral e gás lacrimogênio no interior da estação, ferindo tanto manifestantes e usuários do transporte.

[vídeos: 1 | 2 | Unidos da Lona Preta] [notícias: “Agentes da PM e do Metrô reprimem protesto contra o aumento do ônibus” | mais notícias: 1 | 2 | 3 | 4 | 5]

21/03: MPL faz intervenção contra o aumento durante lançamento do PSD, novo partido do Kassab. Com cartazes, interrompemos a fala do Prefeito durante a cerimônia na Assembleia Legislativa.

[notícias: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | “Kassab na catraca”]

24/03: 10º ato tem início na av. Paulista. A manifestação passa em frente à FMU, onde estudantes interrompem aulas, descem, abrem os portões à força e aderem ao ato. A passeata segue, e bloqueia completamente a av. 23 de maio. Três são detidos.

[notícias: “Não teremos medo, nossas ideias são à prova de bala”] [filmes: policiais à paisana]

28/03: Durante inauguração do metrô Butantã, governantes são recebidos por protestos organizados pelo MPL em conjunto com o Sindicato dos Metroviários.

30/03: Último “ato contra o aumento” reúne menos de 200 pessoas na av. Paulista.

abril

08/04: Segunda visita à casa do prefeito reúne pouco mais de 100 pessoas.

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